O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. Mas foi em 8 de março de 1917, quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na 1ª Guerra Mundial, que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.
Em 1945, a Organização das Nações Unidas assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Em 1975, comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.
Entre tantas mulheres fortes e heroicas, vamos homenagear algumas brasileira:
Anésia Pinheiro Machado (Itapetininga, SP, 05/06/1904 - Rio de Janeiro, RJ, 10/05/1999) - proclamada, em 1954, Decana Mundial da Aviação Feminina pela Fédération Aéronautique Internationale (FAI).
Anésia Pinheiro Machado foi a segunda mulher a conseguir o brevê no Brasil, em 9 de abril de 1922, e a primeira a realizar um voo solo em céu nacional. Ficou conhecida mundialmente por seu ativismo nas causas feministas e pelas conquistas aéreas durante toda sua vida.
Em maio de 1940, a Sra. Ulysses Grant McQuenn, presidente da Women's International Association of Aeronautics, em visita ao Brasil, fez elogios ao desempenho de Anésia, depois de assistir a uma exibição acrobática da aviadora brasileira em um avião de treinamento Bücker-Jungman, no Rio de Janeiro.
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Marília Chaves Peixoto (Santana do Livramento, RS, 24/02/1921 - Rio de Janeiro, RJ, 05/01/1961) - matemática e engenheira, autoridade mundial na área.
Marília foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Ciências, em 1951, sendo também a primeira mulher membro efetiva da instituição. Marília Peixoto publicou os artigos “On the inequalities y´´ ≥G(x,y,y´,y´´”, em 1949, e “Structural stability in the plane with enlarged boundary conditions”, em 1959, nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, em parceria com Maurício Peixoto. Lecionou cálculo e mecânica na Escola Nacional de Engenharia.
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Irmã Dulce (Salvador, BA, 26/05/1914 - 13/03/1992) - canonizada como título de Santa Dulce dos Pobres, foi uma religiosa católica.
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, chamada Irmã Dulce, por suas ações humanitárias de caridade e assistência aos desfavorecidos, ficou também conhecida como o Anjo Bom da Bahia. Foi uma das mais importantes, influentes e notórias ativistas humanitárias do século XX. Suas obras de caridade são referência nacional, e ganharam repercussão pelo mundo. Seu nome é sempre relacionado à caridade e amor ao próximo. Indicada ao Prêmio Nobel da Paz no ano de 1988. O "Anjo Bom da Bahia" morreu em seu quarto, de causas naturais, aos 77 anos.
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Tereza de Benguela - foi uma líder quilombola que viveu em lugar incerto, mas sabe-se que o quilombo estava às margens do rio Guaporé, localizado na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, no estado de Mato Grosso, durante o século XVIII.
Escrava fugida, foi esposa de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho ou do Quariterêre, na década de 1740. Com a morte de José, Tereza se tornou a rainha do quilombo no início dos anos 1750, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 22 de julho de 1770, quando o quilombo foi destruído e a população de 79 negros e 30 índios, morta ou aprisionada. Tereza foi colocada numa cela, e morreu dias depois. Após a morte, arrancaram-lhe a cabeça e colocaram-na no alto de um poste dentro do quilombo.
Para governar o quilombo, a rainha desenvolveu um sistema de parlamento, onde semanalmente se reuniam os deputados para decidirem sobre a administração do quilombo.
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Sóror Joanna Angélica de Jesus (Salvador, BA, 12/12/1761 - 19/02/1822) - foi uma religiosa concepcionista baiana, pertencente à Ordem das Reformadas de Nossa Senhora da Conceição e mártir da Independência brasileira.
Nascida durante o período colonial, morreu aos 60 anos atingida por um golpe de baioneta quando resistia à invasão das tropas portuguesas ao Convento da Lapa, em Salvador. Tornou-se assim, a primeira heroína da independência do Brasil.
Conhecida principalmente pelo ato de bravura final de sua vida, Joanna Angélica tem hoje sua imagem reconstruída por historiadores que pontuam sua importância também como mártir da fé.
Saiba mais sobre Madre Joanna Angélica: Wikipédia e O sacrilégio do convento da Lapa
Zilda Arns Neumann (Forquilhinha, SC, 25/08/1934 - Porto Príncipe (Haiti), 12/01/2010) - médica pediatra e sanitarista, foi a fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa.
Formada em medicina pela UFPR, em 1959, aprofundou-se em saúde pública, pediatria e sanitarismo, visando a salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário. Compreendendo que a educação revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças de fácil prevenção e a marginalidade das crianças, para otimizar a sua ação, desenvolveu uma metodologia própria de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre bíblico da multiplicação dos dois peixes e cinco pães.
Em 2012, numa seleção por um formato internacional, Zilda Arns foi eleita a 17° maior brasileira de todos os tempos.
Zilda Arns encontrava-se em Porto Príncipe, em missão humanitária, para introduzir a Pastoral da Criança no país. No dia 12 de janeiro de 2010, pouco depois de proferir uma palestra para cerca de 15 religiosos de Cuba, o país foi atingido por um violento terremoto. A Dra. Zilda foi uma das vítimas da catástrofe.
Saiba mais sobre Zilda Arns: Wikipédia
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